Escrita por Ery Lopes
Pai e filho pegaram o caminho de volta para casa. Porém, mal começou a viagem e um forte trovão ressoou. Ao longe, nuvens escuras se formavam e as ondas de ventos indicavam que essas nuvens vinham na mesma direção para onde Adam e seu pai seguiam. Ou seja, provavelmente uma chuva grossa vinha por aí.
De fato, tão logo eles chegaram em casa uma tempestade caiu. Chuva, trovões e relâmpagos tomaram conta do final da tarde e se prolongavam.
Adam ficou muito decepcionado, afinal, o plano era jogar futebol num campinho ali, perto de sua casa. Seu pai, inclusive, até havia prometido brincar com ele. Mas, com aquela chuvarada toda, não havia chance.
— Mas que droga! — esbravejou o menino, que, com a bola nas mãos e as chuteiras nos pés, olhava pela janela aquela chuvarada toda caindo sem parar.
Seu pai percebeu a decepção do filho e tentou acalmá-lo.
— Tudo bem, filho! Nós poderemos brincar um pouquinho amanhã!
— Amanhã? — Adam exclamou bem bravo — Quer dizer que não vai mais dar tempo de brincarmos hoje?
— Com essa chuva, filho? Impossível, não é?
— Mas, papai, ela vai parar, não vai?
O homem percebeu que seu filho estava bem nervoso e tentou mudar de assunto:
— Olha, a tarde já está indo, a noite está chegando e o futebol vai ter que ficar para amanhã, mas nós podemos nos divertir de outra forma, por exemplo...
Entretanto, Adam nem esperou que seu pai dissesse sua ideia e foi logo exclamando:
— Eu não quero saber de outra diversão. Eu quero jogar futebol com minha bola nova!
Seu pai então respondeu bem sério:
— É o seguinte: está chovendo, a noite está chegando e hoje não tem mais futebol e pronto. Se você não aceitar isso numa boa, poderá ficar sem futebol hoje e amanhã!
Adam fechou a cara e correu para o seu quarto. O pai compreendeu que era melhor deixar seu filho um pouco sozinho e foi fazer outras coisas.