Escrita por Ery Lopes
Enquanto navegava naquele rio, sobre sua própria cama, e sem nem saber a qual direção, Adam viu outra cama ser arrastada por aquelas mesmas águas escuras. Sobre essa cama havia um anjinho. Isso mesmo: um anjinho!
Era um menino, mais ou menos da mesma idade do nosso primeiro personagem, de cabelos loiros e encaracolados, vestido com uma túnica clara, pés descalços, trazendo nas costas um par de asas pequeninas. Uma gracinha de menino, porém, imaginem só isso: ele parecia triste, mas muito triste mesmo!
— Ei! — Adam gritou, para chamar a atenção do anjinho, que estava de cabeça baixa.
O anjinho olhou para ele, de semblante ainda mais triste, e permaneceu em silêncio.
Adam lançou uma pergunta ao companheiro de navegação:
— Para onde o rio está nos levando?
O menino de asas não abriu a boca, mas moveu a cabeça de um lado para outro, da esquerda para a direita, como que dizendo "não sei".
Adam lhe interrogou novamente:
— Não sabe?
E nada do anjinho responder.
Já bastante amedrontado, Adam insistia em dialogar com o outro navegador:
— O que está acontecendo? Por que estamos aqui?
O anjinho, mais uma vez, só gesticulou negativamente com a cabeça.
Depois disso, as águas do lado do anjinho moveram-se mais rapidamente e a cama com o menino alado começou a ser arrastada mais força, distanciando-se depressa da cama que arrastava Adam, até se perder da vista do garoto de chuteiras.
Qual seria o fim daquela navegação?
Descobriremos isso no capítulo seguinte.