Carol e a Invenção do Chocolate

Escrita por Ery Lopes

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Capítulo 7


Protesto popular

 

A maldição do chocolate estava mexendo mesmo com os ânimos do povo de Carolândia. Sem esperanças de uma solução para o problema — já que ninguém admitia mais ficar sem chocolate e, com isso, quanto mais comiam, mais as pessoas ficavam inchadas —, uma multidão agora fazia um protesto em frente ao palácio. E do meio dessa gente toda, um cidadão comum lançou uma indagação:

— Quem será que inventou essa praga de doce e acabou com nosso sossego?

Logo mais, outro companheiro bradou:

— Sim, a culpa é de quem inventou essa praga de doce!

Daí não demorou para um coro de vozes ferozes bradar:

— Sim, a culpa é da confeiteira!

Ainda outra cidadã fez uma suposição:

— Quem sabe se não acabarmos com ela a maldição não se acaba? Vamos acabar com a confeiteira!

— Vamos acabar com ela! — o povo repetiu forte.

De repente, o que era um simples protesto começou a se tornar num ato violento e perigoso. O rei apareceu na sacada de frente do palácio e tentou acalmar a multidão, mas não conseguiu. O pessoal ficou ainda mais furioso e agora pedia para o rei entregar a Dona Gertrudes:

— Vamos queimar a confeiteira!

Foi então que alguém mais apareceu na sacada para falar com os protestantes:

— Pessoal… — era a Princesa Carol.

Então o povo silenciou para ouvir o pronunciamento da moça, que continuou a falar com meiguice:

— Pessoal, eu sei que todos estão sofrendo com a situação, mas vamos nos acalmar e ficar todos em prece por esta noite, para que um bom anjo venha nos trazer uma solução. Se todos nos unirmos, com certeza encontraremos uma saída.

A doce voz da princesa e sua preocupação para com todos fez o povo se acalmar. Então, alguém gritou no meio da multidão:

— Vamos ficar todos em prece por esta noite e um bom anjo virá!

— É isso aí! — mais alguém falou.

E cada um dos cidadãos foi se voltando para casa, esperançoso que uma boa solução se apresentasse para aquele grave problema.

O rei e a rainha ficaram bem contentes com o carisma que a sua filha exercia para com os cidadãos e ficaram admirados com o jeito de ela ter acalmado a multidão. Naturalmente, a doceira do palácio foi a que mais ficou aliviada, já que corria risco de vida. Dona Gertrudes e sua filhinha fizeram questão de abraçar a princesa para agradecê-la.

— Tudo bem, só que o problema não está resolvido! — disse a princesa ainda bastante preocupada.

Seu pai se aproximou e lhe abraçou dizendo:

— Como você mesmo sugeriu, fiquemos todos em prece e esperemos pelo bom anjo.

— Sim, filha — a rainha também se juntou à conversa e ao abraço —, fiquemos em paz por esta noite.

O sol se pôs e logo mais todo o reino se recolheu em sono.

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