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Capítulo 6

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Suspiro de um bebê

 

Na manhã seguinte, nossa garotinha foi cumprimentar sua plantinha querida e notou que aquele primeiro botão de flor estava bem mais crescidinho, de maneira que também já estava mais esperta, pois conseguia se mover com mais agilidade, virando-se em direção a Clarice.

A menina bem que insistiu para que sua família fosse ver o botão de girassol que se formava, mas todos estavam sempre ocupados com os seus compromissos. Sua mãe ainda deu uma olhadinha de nada, por uma janela, que dava de cara com o quintal.

— Realmente! — disse a mãe — O botão cresceu bem de ontem para hoje!

Mesmo assim, ela não parecia muito interessada.

Clarice, ao contrário, dava muita importância ao evento. Tanto que, depois do café da manhã, resolveu contar uma historinha para a planta amiga. Ela então escolheu a estória de João e o Pé de Feijão — que narra a aventura de um menino e um punhado de feijões mágicos que cresceu, cresceu e se tornou uma árvore enorme, muito enorme, capaz de atingir até às nuvens…

Ao terminar a contação da estória, ela perguntou à planta:

— Será que você vai crescer muito?

Nessa hora, Clarice então percebeu uma coisa mágica: foi como um suspiro vindo do botão do girassol, um suspiro igualzinho a de um bebê.

— Meu Deus! — a menina exclamou maravilhada.

E se aproximou ainda mais do girassol, a fim de escutar melhor. Ela não ouviu mais nada naquele dia, porém, não desanimou:

— Quem sabe amanhã… — disse ela para si mesma.

E, de fato, passando os dias seguintes, o botão crescia e se desenvolvia mais e mais ao ouvir a sua amiga menininha lhe contando histórias, a ponto de emitir risadas de um bebê bem feliz.

Ao passar uma semana, a florzinha já dava verdadeiras gargalhadas.

Por um momento, Clarice pensou em contar para o pessoal da casa, mas logo desistiu:

— "Eles não se importam com isso mesmo!" — ela pensou.

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