
Escrita por Ery Lopes
No outro dia, lá estava Clarice novamente conversando com a flor amiga. E numa determinada hora, quando o Sol brilhou bem forte, o botão começou a abrir as suas pétalas amareladas.
A menina então exclamou admirada:
— Que linda, suas pétalas!
— Laass… — a flor sussurrou.
Clarice ficou assustada e ao mesmo tempo contente ao ouvir aquilo.
— Você falou comigo?
O girassol repetiu:
— Iiiigo…
Em vibração, a menina disse:
— Você consegue falar!
— Alaaar… — o girassol voltou a sussurrar.
— Ó, meu bebê! — Clarice falou com carinho.
"Eu tenho que contar a todos", ela pensou. E lá vai a menina dizer para sua mãe que seu girassol estava aprendendo a falar, igualzinho gente.
— É mesmo, Clarice? — disse sua mãe, mas sem qualquer empolgação.
— É mesmo, mamãe. Venha ver! — a menina pediu.
Mas a mãe dela estava sempre ocupada:
— Eu vou sim, filha, mas não agora. A mamãe tem preparar o almoço. Depois eu vou, está bem?
— Está bem… — respondeu Clarice, também desanimada.
Voltando para o quintal, a menina decidiu ensinar o girassol a falar. Ela pronunciava uma coisa e esperava a flor repetir aquela palavra.
— Amigo — disse a menina.
— Iiigo… — repetiu o girassol.
— Girassol — Clarice falou.
— Sool… — a flor repetiu.
E assim, cada vez mais a flor falava melhor. Dois dias a frente, além de o botão se abrir mais, conseguia já dizer duas palavras de uma vez: "bom dia", "amo você", "até mais" etc.