Não Abra a Pirâmide

Escrita por Ery Lopes

Página anterior

Capítulo 5


A pesquisa

 

Enfim, no dia seguinte, após completar todo o dever de casa, o nosso garoto curioso pôde passar as fotos do celular para o computador, para então apreciar as inscrições gravadas naquela velha pirâmide, que não saia de sua cabeça. O tempo livre no dia anterior, ele gastou observando as imagens pelo celular, porém, através do monitor do PC ele tinha uma melhor visão das gravuras.

Emerson ficou um bom tempo passando e repassando aquela sequência de quatro fotos, o que fazia seus olhos brilharem como que encantados com os desenhos.

— Como vou descobrir o seu significado...? — disse ele, baixinho, para si mesmo.

Feita a pergunta, sua mente partiu então atrás das respostas possíveis. A primeira dedução que teve foi pesquisar por “pirâmides”. Sem demora, leu no site de uma enciclopédia que as pirâmides são formas geométricas (assim como uma esfera, uma caixa, um cilindro etc.) que historicamente têm ligação com o “sagrado”, ou seja, coisas espirituais, religiosas. Elas simbolizam uma escada vinda de todos os lados em direção ao alto, ao céu e a Deus.

— O segredo das pirâmides... — era o título de um vídeo que ele encontrou e rapidamente clicou para reproduzir.

A narração dizia que as primeiras referências sobre construções de pirâmides eram as do Egito, claro — o que estava de acordo com o que aprendeu na exposição do Museu Municipal. Entretanto, o filme também mencionava as pirâmides construídas pelos antigos índios que moravam na América: as civilizações Maias e Astecas.

Emerson então se lembrou de já ter ouvido falar de construções dessas, que hoje pertencem ao México.

Mas sua intuição lhe dizia que aquela pirâmide da exposição pertencia à cultura egípcia. Então, deu entrada em uma nova pesquisa pelo seu computador: “mensagem das pirâmides do Egito”.

A curiosidade do menino só aumentava. Tudo era misterioso e ao mesmo tempo fascinante. Ele aprendeu que as inscrições eram feitas com hieróglifos.

— hi-e-ró-gli-fos... — soletrou ele, para testar sua fala, afinal, era uma palavra nova e difícil de ser pronunciada.

Os hieróglifos (também pode ser lido hieroglifos) eram sinais que formavam a linguagem escrita dos egípcios e outros povos antigos, usados muito antes da invenção do alfabeto que hoje nós usamos.

Na enciclopédia virtual, Emerson conferiu o significado de alguns símbolos dos hieróglifos usados no Antigo Egito. Por exemplo, um quadrado simbolizava o som da letra “p”.

Outros exemplos: o nosso “a” era inscrito pela figura de um abutre; o desenho do pé humano representava a letra “b”.

— Fascinante! — exclamou o jovenzinho.

De fato, aquela intrigante atração pela pirâmide estava fazendo Emerson aprender muitas coisas interessantes. Aliás, é para isso que serve a curiosidade, certo?

Dessa forma, ele "disse aos seus botões":

— Vejamos agora o que eu devo fazer… Eu tenho quatro imagens, uma de cada lado da pirâmide… Então, o que devo fazer é procurar a letra que representa cada hieróglifo… Sim, é isso!

Emerson observou a primeira fotografia, que era exatamente da face da pirâmide que estava exposta à frente do hall por onde passavam os alunos, durante a exposição. A sequência de hieróglifos inscrita nesta face lateral era esta:

 

Conta Um Conto

 

Como havia encontrado uma página na internet contendo a relação de signos correspondentes às letras do nosso alfabeto, ele só teve o trabalho de fazer a translação. Ao final, porém, ele ficou um pouco decepcionado, pois a tradução não dizia coisa com coisa:

 

NON APERIUNT PYRAMIS

 

Apenas a última palavra — "PYRAMIS" — parecia se referir a "pirâmide". Mesmo assim, não dava para saber o sentido daquela inscrição.

— "Quem sabe as outras inscrições façam mais sentido!" — pensou Emerson, já cuidando de abrir a próxima imagem no seu computador.

Conforme a fotografia, a inscrição feita na face 2 da pirâmide continha a seguinte sequência de hieróglifos:

 

Conta Um Conto

 

Quando Emerson verteu os símbolos por letras, ele pôde ver que aquela sequência correspondia à seguinte frase:

 

VIRTUTIS ELIGITUR

 

— Isso não quer dizer nada com nada! — exclamou ele, agora com certa irritação.

Ao verificar a terceira imagem, reparou que a inscrição era exatamente a mesma da face 1 da pirâmide — que trazia aquela estranha frase: "NON APERIUNT PYRAMIS".

— A mesma bobagem!

Realmente, parecia uma bobagem. Por isso nosso amiguinho, por um momento, pensou em nem abrir a foto que tirou da face 4 da pirâmide. Mas, como era a derradeira, não custava nada dar uma espiada.

Ele abriu o arquivo e a ilustração se apresentou na tela:

 

Conta Um Conto

 

Feita a translação de hieróglifos para nosso alfabeto, o resultado que se formou foi:

 

INDIGNI SEMPER DAT PRETIUM VIOLATAE

 

De novo, uma sequência de letras sem o menor significado.

— Emerson… — era a mãe, chamando o garoto, lá da sala — Hora de comer!

— Já vou, mãe! — respondeu ele, já fechando os aplicativos e desligando o PC.

Próxima página






Deixe seu comentário


Copyright © 2015 - Todos os direitos reservados a Conta Contos
Site desenvolvido por: Conta Contos